Luís Guimarães Júnior
Como a ave que volta ao ninho antigo,
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma, talvez, do amor materno,
Tomou-me as mãos — olhou-me grave e terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala... (Oh! se me lembro! e quanto!)
Em que, da luz noturna à claridade,
Minhas irmãs e minha Mãe... O pranto
Jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
— Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade...
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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9 comentários :
O bom filho a casa torna, como a ave que volta ao ninho, aparentemente vazio. É o encontro consigo mesmo, como a volta à plenitude no útero materno, com suas referências de afeto que o fizeram ser o que é. A saudade de suas raízes compartilhadas com seus iguais (irmãs) e de seu início de vida, dos sonhos e ilusões que teve. O encontro com a sua essência de amor. Senti minha a saudade do poeta. São dele, são minhas as lágrimas que jorram em ondas e se encontram nesse mar de saudade.
E o único soneto que recordo da minha infância,gostava de declama-lo !
Poema duma beleza sem par. Leio-o com alguma frequência e sempre acabo comovido. ds.
Maria Aparecida...
Lembra emocionada de seu pai momento de sua infância
Lembranças de minha infância, meu pai......
Maravilhoso, toca em todos os pontos com ternura está lá tudo, poeta com uma grande sensibilidade.
Maravilhoso.
Quisera poder dizer
coisas tão bonitas, em sentimento , poesias !
Meus Parabéns, Luiz Guimarães Junior...
Naqueles esbarrões dentro de casa ,meu pai dizia estes versos para mim...
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