Os Mais Belos Sonetos

Coletânea de sonetos escritos por poetas brasileiros, lusos e de outros paises

Francisco Rodrigues Lobo
 
Formoso Tejo meu, quão diferente
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.
 
A ti foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente ou descontente!
 
Já que somos no mal participantes,
Sejamo-lo no bem. Oh quem me dera
Que fôssemos em tudo semelhantes!
 
Lá virá então a fresca primavera,
Tu tornarás a ser quem eras dantes:
Eu não sei se serei quem dantes era.

1 comentários :

Primoroso este soneto do poeta Francisco Rodrigues Lobo em homenagem ao Rio Tejo. Escrevi e publiquei o soneto Rio Urucuia para homenagear o rio da minha cidade natal. De Goiás e singrando para Minas,/ Passo a passo, altaneiro, mais veloz,/ Deslizando por vales e colinas,/ Até o São Francisco – tua foz. Oh, Urucuia! Tu eras para nós:/ Belo, de corredeiras cristalinas,/ Tão querido e cantado em alta voz,/ Doce e manso espraiado nas campinas! Como irei avistar outra beleza,/ Secando nossas fontes que são raras/ E como hei de cantar a natureza?/ Mas onde brilha o sol tem esperanças.../ Se roubam-te as riquezas que são caras,/ Os ventos do amanhã trarão mudanças!

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