Vinícius de Moraes
O Sol, que pelas ruas da cidade
Revela as marcas do viver humano
Sobre teu belo rosto soberano
Espalha apenas pura claridade.
Nasceste para o Sol; és mocidade
Em plena floração, fruto sem dano
Rosa que enfloresceu, ano por ano
Para uma esplêndida maioridade.
Ao Sol, que é pai do tempo, e nunca mente
Hoje se eleva a minha prece ardente:
Não permita ele nunca que se afoite
A vida em ti, que é sumo de alegria
De maneira que tarde muito a noite
Sobre a manhã radiosa do teu dia.
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Raimundo Correia
Sonhei-te assim, ó minha amante, um dia:
— Vi-te no céu; e, enamoradamente,
De beijos, a falange resplendente
Dos serafins, teu corpo inteiro ungia...
Santos e anjos beijavam-te... Eu bem via!
Beijavam todos o teu lábio ardente;
E, beijando-te, o próprio Onipotente,
O próprio Deus nos braços te cingia!
Nisto, o ciúme - fera que eu não domo -
Despertou-me do sonho, repentino...
Vi-te a dormir tão plácida a meu lado...
E beijei-te também, beijei-te... e, ai! como
Achei doce o teu lábio purpurino,
Tantas vezes assim no céu beijado!
Júlio Salusse
Vi passar num corcel a toda brida,
Nuvens de poeira erguendo pela estrada,
Um gigante, impassível como o nada,
Indiferente a tudo – à morte e à vida!
Tinha nos braços, como adormecida,
Fantástica mulher, sublime fada:
Lindos cabelos de ilusão dourada,
Pálidas faces de ilusão perdida...
Assombrado, gritei para o Gigante:
“Quem és? A loura fada é tua amante?
E o cavaleiro – O Tempo – respondeu
“Eu sou tudo e sou nada nos espaços,
E essa Deusa, que levo nos meus braços,
É a tua Mocidade, que morreu!”
Cruz e Sousa
Oh! que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem...
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!
Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem...
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.
Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Com os velhos corações tantalizados.
Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando...