Hermes Fontes
Comoção de minha Alma iluminada...
Maturidade esplêndida do Amor...
Para quê? É-me inútil a escalada
e já descri de ser o vencedor.
Desfeito o altar, por que manter a escada?
Meu destino é de chamas e esplendor,
mas olho em derredor, não vejo nada,
senão a minha Sombra e a minha Dor!
A minha Dor - essa imortal ruína;
a minha Sombra - essa espiã divina,
e a minha Solidão, em torno a mim:
e esta desilusão, e esta saudade,
e esta mentira de celebridade,
e este cansaço de esperar o fim...
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Álvares de Azevedo
Passei ontem a noite junto dela.
Do camarote a divisão se erguia
apenas entre nós - e eu vivia
no doce alento dessa virgem bela...
Tanto amor, tanto fogo se revela
naqueles olhos negros! Só a via!
Música mais do céu, mais harmonia
aspirando nessa alma de donzela!
Como era doce aquele seio arfando!
Nos lábios que sorriso feiticeiro!
Daquelas horas lembro chorando!
Mas o que é triste e dói ao mundo inteiro
é sentir todo o seio palpitando...
Cheio de amores! E dormir solteiro!
Pe. Antônio Tomás
Ei-lo que segue ornado de mil flores,
De manto azul e túnica de neve,
A sorrir... a sorrir, porque tão breve
Fugiu da vida sem provar-lhe as dores.
Vão-no levando à cova... Os portadores
Do branco esquife, pequenino e leve,
São crianças também, pois não se deve
Deixar um anjo em mãos de pecadores.
Do funéreo cortejo me avizinho
E das crianças vou seguindo os passos
A cismar... a cismar pelo caminho.
E no caixão pendente dos seus braços,
Julgo estar vendo, não o louro anjinho,
Mas, uma alma de mãe feita em pedaços.
Vespasiano Ramos
Foi por ali, - contá-lo neste instante,
é abrir o livro que eu fechado tinha,
e lê-lo, folha a folha, emocionante,
desde a primeira à derradeira linha;
é desvendar a história cruciante
da imensa angústia que eu sofrendo vinha,
da imensa mágoa atroz e delirante,
da incomparável desventura minha!
Abrir o livro e, num febril transporte,
folha a folha, tremente, recitá-lo,
é desvendar o amor ingrato e forte
de quem, na vida, ansioso para tê-lo,
teve a suprema dita de encontrá-lo
e a suprema desgraça de perdê-lo!