Manuel Bandeira
Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto
Meu verso é sangue, volúpia ardente
Tristeza esparsa, remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!
Qualquer forma de amor vale amar!
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Eu e tu: a existência repartida
Por duas almas; duas almas numa
Só existência. Tu e eu: a vida
De duas vidas que uma só resuma.
Vida de dois, em cada um vivida,
Vida de um só vivida em dois; em suma:
A essência unida à essência, sem que alguma
Perca o ser una, sendo à outra unida.
Duplo egoísmo altruísta, a cujo enleio
No próprio coração cada qual sente
A chama que em si nutre o incêndio alheio.
Ó mistério do amor onipotente,
Que eternamente eu viva no teu seio,
E vivas no meu seio eternamente.
Mauro Mota
Irrevelada angústia da última hora:
tantas frases de amor não foram ditas
e silenciosamente foste embora
para as grandes distâncias infinitas.
Pássaro ou anjo que distante mora,
inquietas asas pelo céu agitas.
Voltas e pousas suavemente agora
dentro das minhas solidões aflitas.
Voltas e eu fico em dúvida se pousas
tal a ternura com que vens e a calma,
tão leve como o espírito das cousas.
Chegas, após vencer longos caminhos,
com a pureza que só vive na alma
das rosas virgens e dos passarinhos.
Pe. Antônio Tomás
Vivendo entre os humildes e os pequenos
Sempre evitei o rico e o poderoso;
Os meus sonhos de tímido e medroso
Foram sempre modestos e serenos.
Nunca tive ambições de bens terrenos,
Nem desejo de nome ou posto honroso;
Nunca, em moço, aspirei do fausto o gozo,
E agora, na velhice, muito menos.
Olho, sentindo nalma horror profundo,
Para os homens e as coisas deste mundo,
Como para uma eterna palhaçada.
E sem cessar a doce paz bendigo,
Em que descanso, no seguro abrigo
Da minha pequenez e do meu nada.