Luís Delfino
Helena, o amor não é um sol bendito,
Não é o idílio dentro de uma gruta;
É o abismo sem fundo, é a treva abrupta,
Que se abre em longo e doloroso grito;
É andar neste exício em que me agito;
É conhecer a dúvida na luta;
Fala o universo, e temeroso o escuta
O amor, o pobre escravo do infinito.
Não ela a dor, a dor de idade em idade;
Quem não ama, e interrompe o pensamento
De um Deus, emenda-o, e dele enfim se evade.
Não é mais folha solta entregue ao vento;
É com amor a vida a eternidade,
É sem amor a vida um só momento...
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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