Roger Feraudy
No meu desalento procuro entender,
se passo na vida, ou a vida é que passa!
Eu devo estar velho, ou cansei de viver,
e agora não sei realmente o que faça!
E vejo confuso o probo hoje ser
aquele que honesto serviu de chalaça,
por ser virtuoso cumprir seu dever.
Só vence quem usa da fraude, a trapaça!
Na música o som meus ouvidos tortura,
no verso, na prosa e até na pintura,
se exalta o vulgar com incenso e louvor.
Nos tempos modernos - é regra geral,
porque sem critério, no mundo atual,
mudou-se o conceito, inverteu-se o valor!
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
Arquivos do Blog
Alguns Poetas
- Aécio Cavalcante
- Alberto de Oliveira
- Alphonsus de Guimaraens
- Alvaro Feijó
- Antero de Quental
- Artur Azevedo
- Augusto de Lima
- Augusto dos Anjos
- Auta de Souza
- Belmiro Braga
- Bento Ernesto Júnior
- Corrégio de Castro
- Cruz e Souza
- Cynthia Castello Branco
- Edgard Rezende
- Euclides da Cunha
- Fagundes Varela
- Fausto Cardoso
- Florbela Espanca
- Gregório de Matos
- Guilherme de Almeida
- J. G. de Araujo Jorge
- Júlio Salusse
- Luis Vaz de Camões
- Machado de Assis
- Manuel Bandeira
- Mauro Mota
- Narciso Araujo
- Nilo Aparecida Pinto
- Olavo Bilac
- Paulo Gustavo
- Paulo Mendes Campos
- Pe. Antônio Tomás
- Pe. Manuel Albuquerque
- Raimundo Correia
- Raul de Leoni
- Raul Machado
- Silva Ramos
- Vicente de Carvalho
- Vinícius de Moraes
Top 10 da Semana
-
Carlos Arnaud Seu passo é firme, e a graça não disfarça O porte de uma Deusa em sua doce teia, A fronte altiva, a voz que nunca anseia, E os...
-
Carlos Arnaud Na tez do prado, exímia flor viceja, Seu cálix de ouro ao sol resplandece, E a brisa mansa, cândida, esmorece Ante o perfume q...
-
Carlos Arnaud No meu peito pulsa um vago sentimento, Um frio etéreo, um sopro que se forma, Qual brisa leve que, sem lei ou norma, Desliza e...
-
Raimundo Correia Homem, da vida as sombras inclementes Interrogas em vão: – Que céus habita Deus? Onde essa região de luz bendita, Paraíso d...
-
Guilherme de Almeida Estas e muitas outras coisas, certo, eu julgava sentir, quando sentia que, descuidado e plácido, dormia num inferno, so...
-
Juvenal Antunes Para os beijos de outrora, não me chamas, Nem teus braços me chamam como outrora... Chamo-te em vão! Não vens! Já não me ama...
-
Raimundo Correia Esbraseia o Ocidente na agonia O sol... Aves em bandos destacados, Por céus de oiro e de púrpura raiados Fogem... Fecha-se ...
-
Carlos Arnaud Com mãos no arco e alvo olhar ardente, Dispara dos céus a sua seta certeira, Que fere o incauto, e em chama primeira Inscreve ...
-
Antero de Quental Chovam lírios e rosas no teu colo! Chovam hinos de glória na tua alma! Hinos de glória e adoração e calma, Meu amor, minha...
-
Juvenal Antunes Laura, depois de ouvir as minhas queixas, Estavas iluminada e luminosa! Nas faces de uma suplicada rosa... Poeta, quero dorm...
Romildes de Meirelles
Estou completamente só... O dia
acaba, a tarde morre docemente
e eu estou só em meio a tanta gente,
nesta tarde chuvosa, cinza e fria...
A solidão da tarde me angustia,
deixa-me imerso em um torpor dolente
e eu vejo o tempo ir-se lentamente
de gota em gota, em triste nostalgia.
A chuva aumenta a minha ansiedade,
enchendo-me de mística saudade,
numa tristeza atroz que o olhar me embaça.
E vejo tudo qual se fosse um sonho,
onde o tempo se escoa tão tristonho
na cadência da chuva na vidraça.
Raul de Leoni
Nunca mais me esqueci!... Era criança
e em meu velho quintal, ao sol-nascente,
plantei, com minha mão ingênua e mansa,
uma linda amendoeira adolescente.
Era a mais rútila e íntima esperança...
cresceu... cresceu... e, aos poucos, suavemente,
pendeu os ramos sobre um muro em frente
e foi frutificar na vizinhança...
Daí por diante, pela vida inteira,
todas as grandes árvores que em minhas
terras, num sonho esplêndido semeio,
como aquela magnífica amendoeira,
eflorescem nas chácaras vizinhas
e vão dar frutos no pomar alheio...
Vinícius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do meu amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.