Augusto dos Anjos
A exaltação emocional do Gozo,
O Amor, a Glória, a Ciência, a Arte e a Beleza
Servem de combustíveis à ira acesa
Das tempestades do meu ser nervoso!
Eu sou, por conseqüência, um ser monstruoso!
Em minha arca encefálica indefesa
Choram as forças más da Natureza
Sem possibilidades de repouso!
Agregados anômalos malditos
Despedaçam-se, mordem-se, dão gritos
Nas minhas camas cerebrais funéreas...
Ai! Não toqueis em minhas faces verdes,
Sob pena, homens felizes, de sofrerdes
A sensação de todas as misérias!
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Juvenal Antunes
És para o mundo a pérfida, a perdida,
Degradada no vício e no pecado.
Para mim és um anjo, imaculado,
Que eu nunca deixei de amar na vida!
Para os outros a esfinge incompreendida
De lábios mudos e de olhar gelado.
Para mim és mistério decifrado
Pela minha paixão esclarecida!
Maltratas-me, atraiçoas-me, espedaças
O coração que é teu com tal extremo...
Mas... não posso viver sem tuas graças!
Perdoo todo o mal que me fizeres,
Pois, tudo se reduz ao bem supremo
De te amar sobre todas as mulheres.
Auta de Souza
O coração não morre, ele adormece...
E antes morresse o coração traído
Mulher que choras teu amor perdido
Amor primeiro que não mais se esquece!
Quando tu vais rezar, quando anoitece
Beijas as contas do colar partido
E o coração num tímido gemido
Vem perturbar a paz de tua prece.
Reza baixinho, oh noiva desolada!
E quando à tarde, pela mesma estrada
Chorando fores esse imenso amor...
Geme de manso, juriti dolente
Vais acordar o coração doente...
Não o despertes para uma nova dor.
Gastão Macedo
Naquele tempo, se um tormento vago
Empolgava minha alma de criança,
Vinhas, ó mãe, numa carícia mansa,
Os olhos me secar, com teu afago.
Mas tu partiste e, desde então, eu trago
Comigo o germe da desesperança.
O tédio me atormenta e não se cansa
De fazer-me da vida um sonho aziago.
Tento chorar mas só minha alma chora,
Porque, de minhas pálpebras, agora,
Não rola o pranto, amenizando abrolhos,
E sofro, mãe... A dor maior é aquela
Que, dentro da alma, eternamente vela
Mas que não tomba em lágrimas dos olhos.