J. G. de Araujo Jorge
Não quis julgar-te fútil nem banal
e chamei-te de criança tão-somente,
- reconheço, no entanto, infelizmente,
que, porque te quis bem, julguei-te mal.
Pensei até, (e o fiz ingenuamente...)
ter encontrado a companheira ideal...
Quis julgar-te das outras diferente,
e és como as outras todas afinal...
Hoje, uma dor estranha me consome
e um sentimento a que não sei dar nome
faz-me sofrer, se lembro o amor perdido...
A dor maior... A maior dor, no entanto,
vem de pensar de Ter-te amado tanto
sem que ao menos tivesses merecido!...
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Virgílio Brígido Filho
Vêm os dias de angústia; os mais amenos
Passaram... hoje a sorte que intimida
Põe nos meus olhos calmos e serenos
Uma ansiedade quase irreprimida.
Mas isto passa. Todos mais ou menos
Passam por isto: acalma-te, querida!
A vida é grande e somos tão pequenos
Que encontraremos um lugar na vida.
Ah! tu bem sabes! todo o mundo sabe
Que é natural que atrás desta parede
O pão nos falte e todo o vinho acabe.
Tudo nos falta, mas não nos consome,
Quem tem água nos olhos não tem sede,
Quem tem beijos na boca não tem fome.
Válter da Rosa Borges
Notivagando pela vida inteira
Tentas fugir da luz como o vampiro,
Buscando a negra noite em teu retiro,
Na mais completa e lúgubre cegueira.
Buscas achar no teu noturno giro
Restos de amor no corpo da rameira,
Tentando dar ao teu triste suspiro
Toda a expressão de uma ânsia verdadeira
E nestas rondas, pelas horas mortas,
Vives da Noite, pelas negras portas,
Na tua vida tão vazia e triste.
Inútil vagarás triste e sozinho
E morrerás, um dia, no caminho,
Sem contemplar a luz que nunca viste.
Guilherme de Almeida
Quando uma nuvem nômade destila
Gotas, roçando a crista azul da serra,
Umas brincam na relva; outras tranqüila,
Serenamente entranham-se na terra.
E a gente fala da gotinha que erra
De folha em folha e, trêmula cintila,
Mas nem se lembra da que o solo encerra,
Da que ficou no coração da argila!
Quanta gente, que zomba do desgosto
Mudo, da angústia que não molha o rosto
E que não tomba, em gotas, pelo chão,
Havia de chorar, se adivinhasse
Que há lágrimas que correm pela face
E outras que rolam pelo coração!